Autor: Júlio de Oliveira Sanches, pr.
Vi há dias um pequeno vídeo que retrata com precisão a tragédia da família moderna, especialmente para os idosos. Um casal de passarinhos construiu pacientemente, com excelente material, um belo ninho. A fêmea deposita quatro ovinhos azuis no novo ninho. Sob chuva, calor, frio, vento, noites e dias os ovos são chocados com a perfeição necessária. No tempo certo os filhotes deixam os ovos. São sustentados pelo casal com suculentas minhocas e outras guloseimas, preferidas por passarinhos. Pai e mãe se desdobram para atender aos famigerados filhotes. Crescem rápido exigindo maior quantidade de alimento e trabalho dobrado dos pais. Um belo dia um a um alça voo e abandona o ninho. O último ao sair, antes de voar, lança dejetos sobre o velho ninho. Como a dizer “não preciso mais de você”. Um dos pais chega trazendo alimento e se depara com o ninho vazio. Vê-se no seu olhar uma expressão de desapontamento e tristeza. Após alguns momentos contemplando o que sobrou do ninho ele parte, só, sem família. A estória se repete milhões de vezes na experiência de muitos casais, que conseguiram manter o casamento. Cumpriram a palavra empenhada no altar. Souberam honrar o amor prometido, administrando com sabedoria os conflitos normais entre duas pessoas livres, com sentimentos próprios, visão diferente da vida, mas cônscias dos seus deveres.